sexta-feira, 4 de março de 2011

Arrependimento





Arrependimento é a pior coisa que existe por que não se pode voltar atrás, o tempo não retrocede, momentos não retornam, palavras marcam, pessoas vão embora e o erro não pode ser corrigido. Mas mesmo assim não se pode viver em função do arrependimento por que se você não esquecer e seguir em frente, a vida vai passar e você vai perder a chance de não cometer os mesmos erros do passado.


Existe pessoas que esquecem, mudam e seguem em frente, há aquelas que se culpam e cometem sempre os mesmos erros, ele era uma dessas pessoas. O tipo de pessoa que deixa a culpa dominar a mente e o medo de errar novamente impedir de tentar, ele vivia no passado e por esse único motivo não viveu o presente e não enxergou o futuro, o futuro que perdeu e agora tudo o que lhe aguardava era a morte.

O horizonte e uma coisa magica ele te faz refletir ,pensar e fez com que aquele homem enxergasse aquilo que ele nunca quis ver. Ele estava sentado em um banco que ficava ao longo do calçadão de Copacabana, a brisa sobrava, pessoas andavam e a cor alaranjada do seu denunciava o fim do dia, o horizonte púrpura prendia o olhar daquele velho homem de cabelos grisalhos. Ele se lembrava de cada oportunidade que perdeu, cada chance que teve de seguir em frente e desperdiçou, como um papel de propaganda jogado no lixo.


Desde jovem ele era assim, medroso, covarde mesmo não aparentando, e de todos os medos que tinha o pior era o de se apaixonar, amar e perder. Ele se lembra até hoje do seu primeiro amor, ela tinha os cabelos loiros , os olhos azuis como o céu e um rosto tão angelical que não saída de sua mente no entanto o anjo que aparentava ser, não era. Ele fez de tudo para ela ama-lo, e no fim foi retribuído com traição. Ele errou em se apaixonar? Era a pergunta que ele se fazia todo santo dia, e a resposta era sempre sim.

Talento é uma coisa que poucas pessoas tem hoje em dia, e ele fazia parte desse pequeno grupo de pessoas. O dom da palavra, incrivelmente ele conseguia fazer o que muitos acham que sabem e que muitos tentam e acham que conseguem. A verdade e que ele não precisava de muitas palavras, escrevia um pequeno poema e já atraia corações, escrevia um texto e atraía multidões, entretanto ele desperdiçou seu talento, ele achava que escrever era uma coisa tola, não dava dinheiro, não lhe garantia um futuro e então fez direito para se tornar um advogado. Ele errou em não tentar? Outra pergunta que todo o dia ele se fazia e que todo dia respondia e a resposta ainda era sim.

O tempo e cruel, ele não espera, não perdoa, não volta e se você fechar os olhos por muito tempo tudo muda, e você se perde. Ele cometeu um erro, um erro que não percebeu e esse erro foi não se perguntar se estava perdendo tempo. Abrir os olhos para a vida e complicado mais do que qualquer outra coisa e tem gente que morre com seus olhos fechados.

Ele deveria ter aprestado mais atenção se fizesse apenas isso veria que ele era o primeiro amor de alguém, e que a pessoa que o amava também teve seu coração partido e seguiu em frente e agora era casada, era feliz e não estava sozinha como ele. Ignorar o medo e difícil, ainda mais se for o medo de recomeçar, porém se ele tivesse ignorado agora ele seria amado, e amado de verdade por que cada palavra escrita por ele seria uma revelação de sua alma, amar alguém pela alma ,pela essência e amar de verdade por que se ama com o coração e não com os olhos.


Agora sentado ali naquele banco, vendo o sol partir ele se arrependia de ter se arrependido tanto, se culpado tanto por erros, e ele se arrependia ainda mais de não ter agido como o sol que deixa o passado para trás e todo dia nasce de novo. Mas ele sabia também que por mais que parecesse tarde, ainda era cedo e ainda lhe restava tempo, tempo esse que ele não perderia se arrependendo, ele perderia vivendo.

Nathália Goulart

quinta-feira, 3 de março de 2011

Apenas Fique


Tristeza, dor, magoa e saudade era tudo o que aquela jovem sentia. O coração dela batia, o sangue corria por seu corpo e ela respirava no entanto não estava viva, pelo menos não por dentro. Ela tinha perdido o chão, assim como perdeu a esperança, os sonhos e a coragem de continuar e o pior e que ela estava sozinha, não havia ninguém que a apoiasse.

A garota de olhos azuis estava sentada no banco de uma praça deserta, seus cabelos negros balançavam por causa da leve brisa do final de tarde e seu rosto tinha uma expressão vazia. Ela não aguentava mais ouvir as brigas deles, as discursos, ela cansou de ouvir sua mãe chorar a noite e cansou de ver seu pai não se importar, cansou de colocar um sorris falso todas as manhãs em seu rosto, cansou de dizer que tudo estava bem, ela não estava, eles não estavam, nada estava.

Ela passou a mão nos olhos enxugando todas as lágrimas que caíram e as que queriam cair, olhou para o céu azul com o olhar vazio de quem não admira nada, o olhar que só se foca no vazio. A mente dela estava um turbilhão , seu demônio interior dizia que ela era culpada de tudo o que estava acontecendo, a pessoa que ela já foi um dia, otimista dizia que tudo iria se resolver, dizia que a culpa não era dela, e o seu novo eu falava eu não importava, nada iria ficar bem, nada iria se resolver, afirmava que ela era a culpava se auto-condenando.

O tempo passou e ela continuou lá sentada olhando para o céu, ela não queria voltar para casa. A solidão era sua única companheira naquela tarde, pelo menos até a chegada dele, seu único amigo de verdade e o único que ainda se importava. Ele tinha a mesma idade dela, cabelos e olhos castanhos, sentou-se ao lado dela que apenas continuou a olhar para o céu.

-Você não está bem, o que aconteceu? Disse ele olhando para o rosto dela.

A jovem continuou em silencio, ele se calou. O coração dele estava apertado e ele se sentia sufocado, aquela garota ao seu lado era mais importante do que qualquer outra pessoa, ela era como sua irmã caçula, uma irmã chata e irritante que sempre estava ao lado dele, nós bons e nos maus momentos, uma irmã que aprontava junto com ele e assumia a culpa. Eles eram melhores amigos e vê-la nesse estado o machucava mais do que qualquer outra coisa.

-O que aconteceu? Me diga.- Insistiu ele.

-Eles brigaram de novo?

-Você quer ficar sozinha?

Encarando o silencio da jovem como um sim ele se levantou, e quando estava prestes a ir embora ela segurou ele pelo pulso e olhou para os olhos acolhedores dele. Ela ficou assim por um momento até que ele entendeu. Ela não queria palavras de reconforto, por que por mais sinceras que fossem não passariam de mentiras, ela só queria a companhia ele e tudo o que ele precisava fazer era ficar ao lado dela por que as vezes o silencio entre amigos fala mais do que palavras. E como ela desejou, ele ficou em silencio ao lado dela e ficaria até que a dor passasse, até que tudo melhore-se e os problemas acabassem.

Nathália Goulart

Um conto de amor eterno

Todo dia ele acordava antes do sol nascer, sentava vagarosamente na cama e pegava o porta retrato com uma foto de dois jovens apaixonados, uma garota e um rapaz. A garota tinha cabelos castanhos e olhos de mesma cor, não era alta nem baixa, gorda nem magra, ela era normal , o rapaz era alto mas não tinha um corpo esculpido, ele tinha olhos verdes sinceros e cabelo negro. O homem sentado na cama levantou, caminhou até o espelho e se olhou, ele havia mudado, sua pele enrugada e seus cabelos grisalhos entregavam já sua avançada idade.

O velho senhor tomou banho, e se vestiu formalmente, com terno e gravata, o mesmo que usara no dia mas feliz de sua vida, o dia que casou com o amor de sua vida. Ele desceu as escadas e colocou mesa para dois, preparou o café com um sorriso no rosto e coração apertado de tanta saudade, serviu os dois pratos e as duas xícaras, foi no jardim pegou uma rosa, colocou em um vazo, pós sobre a mesa e por fim se sentou em um dos dois lugares deixando o outro vago. Ele tomou se café em silêncio, e quando terminou ainda com um sorriso no rosto retirou somente o seu prato e sua xícara e saiu.

Ele andou vagarosamente pelas ruas, lembrando de quando a levava no mercado, eles sempre faziam o mesmo caminho e antes de voltar passavam pelo parque e se sentavam no mesmo banco. Eles se sentavam lá e simplesmente conversavam, lembrando do dia em que se conheceram, ele estava tão nervoso que acabou caindo e ela como boa moça que era foi ajuda-lo, foi amor a primeira vista e desde então eles estavam juntos.

Caminhou por mais alguns minutos até que chegou a uma banca de flores, ele comprou o mais belo buque de rosas vermelhas e continuou a caminhar com um sorriso no rosto até que em fim chegou ao seu destino. Tudo ali era tão cinza, tão triste mas mesmo assim aquele homem continuava sorrindo, ele andou até em fim parar em frente ao túmulo cinzento, ele se ajoelhou com dificultade, colocou as rosas no chão, acariciou o túmulo e olhando para o mesmo sorriu.

-Feliz aniversário de casamento meu amor, espero que você esteja bem, me desculpe por não ter vindo ontem, eu sei que prometi vir todos os dias celebrar sua vida mas é muito doloroso fazer isso no dia de sua morte, espero que me perdoe e amanhã prometo trazer margaridas, afinal e sua flor favorita.

Feito por: Nathália Goulart

Traído pelo amor.

- Me chamo Pedro Gomes Jr, tenho 16 anos, estudo no melhor colégio de São Paulo e sou o futuro herdeiro da Puissant Construtora, a mais importante do estado de São Paulo. O depoimento que vou lhe narrar agora, caro amigo, Bruno, não terá um final feliz e foi assim, conversando com uma desconhecida da internet que minha vida se tornou um inferno.

Eu a conheci no final do inverno passado em um site de relacionamentos da internet. Ela tinha dois oceanos não pacíficos olhos no rosto que se encaixavam em perfeita combinação com a boca carnuda e os cabelos castanhos. No digitar da internet, ela me encantou, contei a ela toda a minha vida, nos tornamos íntimos, marcamos vários encontros fracassados, até que um deles foi bem sucedido.

Meu pai tinha um apartamento em Copacabana para onde nos íamos quase todo o final de semana, era o nosso refúgio. Então, combinei com Maria de nos encontrarmos em uma padaria típica da zona sul para nos conhecermos pessoalmente. Às 15 horas, lá estava ela com seus olhos azuis e cabelos castanhos exatamente como era na webcam. Pedi para Lúcia, a atendente, um café com leite e Maria ficou com um simples suco de laranja, conversamos pouco, beijamos muito, a emoção era forte demais, 8 meses de conversas e declarações pela internet estavam se acabando entre os beijos calorosos que davamos.

Decidimos então  fazer  um passeio pela cidade,  chamei o motorista particular, que por ordens do meu pai, veio acompanhado de dois seguranças. Nosso destino seria o Pão de Açúcar, mas no meio do caminho uma Blazer preta se chocou com nosso carro que bateu em uma árvore. Naquele momento, fiquei atordoado e só lembro de ter visto homens encapuzados com metralhadoras na mão saírem da Blazer e matarem os seguranças. Eles me jogaram na mala e me encapuzaram, ao som da batida da mala, desacordei e ao retomar a consiência já estava sendo mantido em cativeiro.

O cativeiro era escuro de janelas lacradas por madeiras em que só se ouvia o silêncio e em alguns momentos, susurros, provavelmente, dos sequestradores. Ali, eu estava mais atordoado ainda, sem saber direito o que tinha acontecido até que um dos sequestradores entra no cativeiro com um alicate em mãos, exigindo o telefone da minha família e caso eu não entregasse, torturas iam começar. Com o alicate precionando um de meus dedos, passei ao sequestrador os números. Ele, sem mais rodeios, com um sorriso no rosto sai do cativeiro em silêncio, fechando a porta por onde pude observar pela fina fresta que se fechava, a própria Maria aos abraços com outro rapaz, possivelmente, mais um dos sequestradores. Aquilo explicava tudo...

Me acalmei e dei conta do que se passava ali: Aquela menina dos olhos oceânicos, era cumplice dos sequestradores o tempo todo, esse sempre foi o plano deles, usar da beleza dela pra me encantar, foi o  crime perfeito. Aonde eu estava? Como ira sair dali? Meu pai estava me procurando?

Meu coração estava sendo consumido cada vez mais por angustia e tristeza, fui traído pela mulher que mais amava e agora estava arriscado à morte, esperando o próximo capítulo conturbado de minha vida que o destino reservara. Quando a porta do cativeiro se abre novamente, os sequestradores colocam no ambiente um balde com água e as torturas começam. Rnquanto um deles dialogava com alguém pelo telefone, o outro me afogava, meus gritos de socorro eram em vão, garfos furavam minha barriga, sangue escorria de meu rosto, meu corpo já não estava mais suportando as tamanhas barbarias que aqueles seres fizeram. O celular é colocado em meu rosto, do outro lado da linha, meu pai teve o tempo de falar poucas coisas:

- Filho, tenha fé, nos estamos fazendo de tudo para lhe salvar, já falamos com Cláudio e no final, vai ficar tudo...

Antes que pudesse terminar, um dos sequestradores distancia o telefone de meu ouvindo e sai pela porta. O outro acaba o serviço, jogando sal em minhas feridas e perante aos meu tremores de dor naquele chão velho, deu as costas e saiu, como se estivesse com a consciência limpa. Dentro daquele quarto, perdi a noção do tempo, meu único alimento era um pão com um pouco de água, o raciocínio naquela altura já não existia, qualquer expectativa arruinada. Eles ficavam do outro lado da porta  sussurrando, se ouvia muito pouco do que falavam, mas o papo deles indicava que o meu resgate estava próximo.

Estava chovendo, eles entraram no cativeiro e me vendaram, desse momento só lembro de ter descido as escadas, ter sentido um leve cheiroo de terra molhada e ser colocado na Blazer. O tempo percorrido de carro foi curto, quando chegamos ao local do resgate, as vendas foram tiradas dos meus olhos, as ruas estavam desertas e o dia ainda não tinha amanhecido. Lá estavam os sequestradores encapuzados, apontando uma arma para minha cabeça, Maria era a única sem capuz, ela seria a "mediadora". O lugar marcado para o resgate foi o mesmo onde antes eu tinha dado beijos demorados em Maria. Na padaria, estavam: Os sequestradores, eu, maria, meu pai e Lúcia, a atendente que estava ali por ter sido a ultima pessoa conhecida a ter me visto. Tudo ia bem, mas elementos surpresas fracassaram com o plano do meu pai que tinha tudo pra dar certo, Lúcia era vidente e Cláudio Costa estava dentro do recinto.

De forma agil e inesperada, Lúcia se joga em cima de um dos sequestradores e grita :

- ATIRA !!!

Esse grito era para Cláudio que estava escondido, pronto para atirar assim que eles me soltassem, mas foi por causa de um grito parecido com esse que Cláudio matou uma menina por acidente e isso foi causa de um trauma terrivel em sua vida. Ele não consegue apertar o gatilho, seu esconderijo é descoberto e naquele momentos, todos nos eramos refens dos sequestradores. Meu pai ofereceu os 3 milhões já combinados, mas depois de toda aquela tensão, os sequestradores queriam 10 milhões para libertar todos. Agora, a transação estava entre os bandidos e minha mãe, Tereza, que teria que pegar a quantia restante e levar até a padaria. O banco so abriria as 8 horas e eram pouco mais 4 horas da manhã, os marginais nos jogaram no depósito da padaria, enquanto ditavam as ordem pelo telefone a dona Tereza.

Naquele período de 5 horas em que nos passamos juntos, algumas questões foram respondidas:

> Lúcia era vidente e preveu que se Cláudio atirasse, o morto acabaria sendo outra pessoa diferente dos bandidos. Ele era o detetive que meu pai tinha contratado para resolver o caso do sequestro, além disso, Lúcia foi a última pessoa a ter me visto e por ser vidente preveu o sequestro, avisou os gomes antes dos malfeitores ligarem e estava ajudando nas investigações sempre que podia.

As 5 horas passaram, minha mãe apareceu com a quantia que faltava, mas trouxe os policias junto.  Os sequestradores ficaram apavoradas, o dinheiro não era mais importante, agora eles queriam sair daquele meio sem serem presos. Saimos então do depósito e voltamos a parte central da padaria onde armas estavam apontadas para nossas cabeças. O diálogo "sequestradores x polícia" estava sendo colocado em prática. A primeira parte do acordo sera libertar Lúcia, que nao tinha nada a ver com isso. Ela não conseguiu prever o que iria acontecer ou não quis mais interferir.

No momento que ela ganharia sua liberdade, um policial se antecipa, disparando um tiro sem sucesso que bate em cheio na vidraça da padaria, o pânico estava feito. Enquanto os estilhaços do vidro se espalhavam pelo chão da padaria, os reféns tentavam se soltar, os ladrões dispararam 2 tiros e tentaram fugir, o policial que se antecipou disparou só mais uma vez e ao final, Lúcia leva um tiro de raspão no rosto e outros 2 corpos caem ensanguentados ao chão. No meio de toda esta ação, lembro de ter visto minhas mãos cobertas de sangue, depois disso, apaguei completamente e ao acordar, já estava no hospital, respirava com a ajuda de aparelhos e tinha ao meu lado, a mão macia de minha mãe que me acalentava, mas coube a ela me deixar acabado contando o triste desfecho dessa história.

O tiro do policial deixou Lúcia com uma cicatriz horrivel no rosto e os sequestradores atiraram em minha direção para tentar fugir, eu me joguei em direção a Maria para me defender. Ela, ganhou um tiro na cabeça e morreu na hora, destino merecido a quem me fez tanto mal. Um dos sequestradores foi preso, o outro conseguiu fugir atraves da rede de esgotos e eu, que só queria ter meu amor pra vida toda, recebi um tiro a queima roupa. A bala alojada em minha coluna deixou sequelas terrives que jamais poderiam ser revertidas, isto explicava minha dúvida enquanto deitado na cama do hospital: Por que não sentia minha pernas ?